O Hospital PUC-Campinas enfrenta uma situação de superlotação no Pronto-Socorro Adulto do Sistema Único de Saúde (SUS), com 70 pacientes de alta complexidade internados em uma capacidade de 20 leitos, sendo 36 nos corredores. A maior demanda é de pacientes com doenças cardiovasculares. Em razão disso, o hospital alerta para a possível suspensão temporária de cirurgias eletivas para viabilizar leitos.
A administração hospitalar está trabalhando em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde para o remanejamento de pacientes menos complexos para outras unidades. A população é orientada a buscar atendimento em outras unidades de saúde, considerando que o Hospital PUC-Campinas não possui atendimento “porta aberta” pelo SUS e recebe principalmente pacientes encaminhados pela rede.
Em resposta à superlotação, o prefeito de Campinas, Dário Saadi, solicitou uma reunião com o secretário de Estado de Saúde, Eleuses Paiva, e os prefeitos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) para discutir a abertura urgente de leitos de média e alta complexidade e a implantação de um Hospital Metropolitano. Estudos indicam que a região sobrecarrega constantemente a rede de saúde de Campinas, representando até 30% da demanda registrada nos serviços municipais.
A Secretaria Municipal de Saúde também solicitou à Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) que reduza os encaminhamentos de pacientes de outras cidades para Campinas, devido à pressão no Pronto-Socorro da PUC. A Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência opera com ocupação entre 95% e 100%, mas garante que nenhum paciente que necessita de internação está desassistido, pois as unidades trabalham no sistema “porta aberta”.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que está em andamento a contratação de 40 leitos de enfermaria de média complexidade e 20 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) na região de Campinas. Além disso, avalia, em conjunto com outros equipamentos de saúde da região, a ampliação da rede assistencial. Em 2024, foram repassados R$ 377 milhões para unidades conveniadas ao SUS na região, sendo R$ 46 milhões para a Maternidade Celso Pierro, do complexo da PUC.
A situação destaca a necessidade urgente de medidas para ampliar a capacidade de atendimento hospitalar na região de Campinas, visando garantir a qualidade e a eficiência no atendimento à população.
Foto: PUC-Campinas.